3 livros sabios

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segunda-feira, 25 de março de 2013

O Falecido Mattia Pascal - Luigi Pirandello.



Seria o descrédito?

Num comentário avulso, sobre suas memórias de leitura, um ensaísta comenta a crise existencial do personagem “Mathia Pascal” do romance “O Falecido Mattia Pascal” do formidável, Luigí Pirandello. 

Adoro os prosadores Italianos, fazia tempo que não lia Pirandello, para corroar e corroborar uma leitura porvir, descubro que “Mattia” é um Bibliotecário cansado de sua profissão.

Na FFLCH as literaturas de língua italiana estão em seu idioma original, as traduções são poucas, nas prateleiras do CRUSP que chamo “ minha Biblioteca”, não houve ainda momento oportuno para os italianos, só me constam Ítalo Calvino e Alessandro Barrico.
Biblioteca Pública? 4Shared? Amigos? Sebos? Onde conseguir uma cópia? Ainda hoje? Para amanhã? Num futuro próximo?

A roda dos fatos quotidianos enregela minhas pequenas ambições leitoras. Num instante, num mundo todo representação e sonho, um livro vermelho muda de lista, recém saído das sombras se dirige agora pra baixo da etiqueta “Livros Muito bons que um dia quando for comodo lerei com certeza”.

Os dias se passam.

Me encontro parado numa tarde vadia, a memória atordoada pela burocracia da vida retira da modorra dos fatos quotidianos um nome. “Pirandello”.

Me sento em frente ao computador e abro o sistema de buscas do Catalogo. “Pirandello”. (Enter).

Como quase sempre, os melhores livros estão nas unidades Morumbi e Perdizes, a Desiderata da minha Biblioteca (Unidade Caiubí) se amplia sistematicamente. Aqui entra o descrédito, as vezes perco a fé de que possa existir “toda sorte” de livros neste acervo, perco a fé na Biblioteca enquanto espaço potencial da completude, da contradição necessária à verdade e sobretudo perco a fé na serendipidade. 



 Mas hei que vejo um título dentre os outros, aparece como disponível. É aquele que a memória agarra, puxa das mãos do tempo. Anoto um número que não tem nada a ver com a “Secção” de Literaturas de Língua Italiana; esta eu já visitei, tem Primo Levi, Dante, Umberto Eco, Italo Svevo e Calvino, acaba por aí, só não é menor que as literaturas de língua Francesa e Russa, ligeiramente maior que as de língua Alemã e ligeiramente menor que as de língua Espanhola.


Sigo as prateleiras. Lá no topo, numa coleção encadernada em percalino Vermelho, onde a inscrição dos Tipos foi feita a dourado num processo de chambragem a frio, repousa longe das mãos, dos olhos e da percepção uma coleção enorme de “ Clássicos” publicada pela Abril.

Não é o suficiente pra restaurar minha fé, mas o suficiente pra que eu possa por intermédio de Mattia Pascal, quem sabe adiar a minha própria crise.






segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Contradizendo-se em partes



Hoje encontrei duas situações inusitadas: dois colegas em situações distintas, ao defenderem-se de meu redarguimento, se contradizem.  Esta situação tem se reiterado. Não vou explicar nenhuma das duas situações, e antes de continuar, queria divagar sobre uma possível síntese posterior que tenta encontrar aspectos comuns entre uma situação e outra.

Considere antes da leitura as implicações da narração e da reconstrução de real mediado por mim: se me acreditarem, terão aceito como válidos meus argumentos e minha forma de exposição dos fatos.

Também não há aqui ilustrações, linguagem que auxilie a compreensão coerente enquanto se explicita a relação nuclear das pequenas partes.

...........................

Volto à contradição, explorando as situações pelo que de comum possuíram e descrevendo uma pequena história da contradição: há no debate uma lógica paraconssistente, e na comunicação muito mais que argumentos. Minhas conversas não são “diálogos platônicos”. Dialética? Contra argumentação?  Infelizmente é recorrente o senso de embate, sem resolução possível, onde um “ganha”, comprovando em muitas vezes a inferioridade não do argumento, mas do próprio outro (argumento contra o homem?).

Ler a “Retórica” de Aristóteles ou os “38 estratagemas para vencer um debate sem ter razão”, de Schopenhauer, certamente me ajudariam a compreender e quem sabe até me apropriar das táticas discursivas do debate, a compreender o próprio discurso; mas não levaria essas leituras adiante, pois sou um vadio.

Há, no entanto, uma coisa que se me consta correta é o fato de que não me passam ilesos aqueles que se contradizem enquanto conversam comigo. Creio haver muitas formas de se contradizer: completamente; em partes; enquanto enganação, por engodo; por cinismo; como deslocamento de um beco sem saída e o mais comum: pela ausência de coerência naquilo que se passa a defender enquanto se fala, mais por senso de dignidade que por crença.

Se começa dizendo algo, algo que cresce sem uma ordem comum, um padrão, e sem a beleza do caos. Em algum momento, o contradito é traído pela não recorrência do principio exposto. O não contradito pode dizer, então: “mas isso não possui uma lógica de funcionamento, e devia!”. Há claramente um buraco na produção de sentidos.

O contradito recorre então à rememoração, performaticamente repete em voz alta o que disse e se não finge desperceber seu erro, tenta expor no pólo adverso a incomunicabilidade da questão, o quanto está sendo incompreendido. Por vezes a questão acaba aí (comigo é assim também; daí penso em escrever postagens bobas como essa), mas não hoje, por duas vezes.

(Por outras vezes a situação evolui) O não contradito, além de rememorar a questão, explicita ao contradito como sua lógica foi descentrada ao longo do discurso, de modo que obtivesse razão em algum momento, como aquele se utilizou de princípios distintos para o mesmo fato; ou pior, de como aquele defende o resultado de dado princípio usando um exemplo que nega tal efeito dentro de um dado meio de obtenção.

O outro, então, se não se vê acuado e irrompe bruscamente em busca do fim do diálogo, responde algo como: “é uma explicação anti-behaviorista”, ou então: “mas você não foi à Torre Eiffel jogar aviões de papel pra saber se é fácil”.

O não contradito responde então algo como: “ainda sim é uma explicação, não posterior, de objetivo premeditado e que não se pretende funcionalista”, ou então: “se – fácil - varia ao longo da questão e não há objetivo, além disso, se a gravidade está a seu favor quando se fala de habilidade, então não há o que responder”.

Quem sabe haja uma lógica, muito deturpada nisso tudo; ou desrazão, vai saber.


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Poesias Espargidas da Ultima Greve



Ano passado durante à greve, alguns cartazes surgiram .....




Se espera todo tipo de coisa nos cartazes, xingamentos, palavras de ordem, sátiras, cartuns, desenhos horríveis, Qualquer coisa Naïf, sobreposições, mensagens claras, subjetivas.... há todo o poderoso recurso das formas de comunicação popular, surgem até mesmo as poesias.

Coletei alguns versos que apareceram em cartazes. Não me dei ao trabalho de descobrir sua autoria. Anotados numas folhinhas soltas encontrei-os quase um ano depois.

Resolvi espargir, estão ai tal como os li, naquela época despencavam de Krafts marrons vindos do segundo andar.


O Eu Oblíquo 

Ser não importa
Para esse baile
O que ele quer é a simulação de mim
Que não é mim
É qualquer outra coisa, camaleonesca,
Pseudonimíca
É o preço do baile
Mascarar-se
De caso reto
Mim é um estranho em mim
Um fugitivo do olho
Alheio.....
Mim?
Um clandestino.

................................

Tudo que é sempre passa

E fica a busca eterna de algo que preencha
Preencha as vidraças rompidas
Nossas reprimidas escolhas
De nossos sensíveis cadáveres
Só quero escorrer num papel
O peso que lento submete
Tempos gastos em sonho
É isso, escrever

É um ato de caridade
De algo vivo, que vive somente dessa vida lixo
Meu destino escrito na faixa
É inócua beleza nessa vida
De teus olhos que não me veem.

Para uma miserável matéria
Que ainda sonha e sente nervosa
Consequência dessa vida triste.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Os direitos do Cidadão e os do Consumidor.·.



Mais que antes agora percebo a reivindicação dos direitos do consumo.

                Estive nos últimos dias participando de uma série de palestras sobre Acessibilidade e Cultura, com especial atenção ao uso de recursos e tecnologias assistivas que promovessem a acessibilidade atitudinal e consequentemente a Inclusão da pessoa com deficiência nos espaços de Cultura (Bibliotecas, Museus, teatros, operas, salas de espetáculo, centros culturais...).

                Não houve tanta coerência quanto eu esperava, ou o aprofundamento que merecia e nem mesmo gerou os laços e contatos que esse tipo de situação constrói, mas fazer o que!? Aconteceu e deve ter sido útil para alguém.

                Um aspecto interessante que acabei recolhendo nas falas dos presentes foi o discurso da reivindicação dos direitos pelo consumo.  Ou seja, que a requisição do deficiente nos espaços de cultura privados deve partir de usa posição como consumidor, não como cidadão, estava aí segundo os participantes uma arma poderosa!

                Não percebiam então que assumiam o deficiente como um grupo que tem seus direitos manipulados por uma logica que diz: É um público especial, distinto e excluído, com as adaptações corretas é um consumidor em potencial, um alguém que não tendo como fazer em outro lugar recorrerá somente a este lugar, tornando-se um consumidor fidelizado pela falta de opção.
                Enquanto ignoravam aquele que diz: Como ser humano e cidadão, não pode ser privado de seus direito de acesso a educação, a cultura e a livre circulação e se isso quer dizer adaptar e transformar o espaço é o que deve ser feito sob o peso de lhe suprimir o exercício de cidadania e tolher o “humano” do sujeito.

                Uma colega que foi comigo, durante uma pausa que fizemos para o café me falou sobre certa ideia apresentada num congresso da FEA chamado “Negócio Social”, onde uma pequena adaptação nas falhas do serviço público poderiam gerar lucros quase sem gastos, já que a plataforma de serviços funcionaria tapando o buraco deixado pelo mau serviço prestado pelo estado. Desse modo funcionaria o Negócio Social, que dentre outras coisas também “ajudava” as pessoas.               

                Um dos projetos apresentados era uma espécie de serviço de referencia Virtual sobre questões do SUS, um software que analisava a estrutura e funcionamento do SUS, bem como seu FAQ e sistemas relacionados e trazia num grande portal bem estruturado as respostas para perguntas muito específicas do tipo – “sou idoso e pensionista, recebo até tantos salários mínimos, onde posso adquirir tais e tais medicamentos e tratamentos gratuitos?”.

                De maneira atroz e até jocosa para os presentes, tive de rir muitíssimo alto e imperiosamente, Como assim!? O idoso com internet e que pode pagar pela informação faz o tratamento gratuito, o que não tem internet e que provavelmente não tem dinheiro para pagar pelo serviço também é o que se não ficar sabendo disso terá de pagar pelo tratamento?!

                Fica a questão, para que equidade das informações cidadãs se podemos lucrar com elas!? 

                Não estou acostumado com essa lógica perversa no meu dia a dia, menos por sorte que por escolha meus circuitos de comunicantes sempre que possível agem em prol da defesa e melhora do público,  tanto quanto eu.

                 Depois daquele dia, lembrei-me de duas coisas e cheguei a uma reflexão.

    1º  - A Reflexão – Se o contraponto do Direito é o Dever, e passamos a usar o direito de consumidores no lugar do direito de cidadania quais são nossos deveres como consumidores dos serviços que nos prestam?  Esses deveres são opacos e esparsos, dando um exemplo tacanho, algum facínora que pague um lanche numa rede fast-food e receba seu pão com cascas, ou seu pacote médio de batatas com uma porção pequena não pensará duas vezes antes de humilhar a atendente reivindicando seus direitos de consumidor! Que porra de direitos são esses? E que merda de modos para convívio. Parecemos aceitar que alguém que pague por algo tem todo direito de fazer qualquer baixaria quando não for atendido. (Há ressalvas no que eu disse, para as situações mais sutis, essa fica para as mais gerais e agressivas).

 2º - Coisa lembrada -  Uma frase que surgiu no grupo de discussão dos alunos recentemente, um recorte da fala de uma professora que proferia:   "que fixação vcs, alunos da usp, têm pelo público!, existe o mundo privado etc. e tal"“.
           
 3º - Outra Coisa Lembrada - O Excelente vídeo com a Professora Mariela Chauí que andou circulando pela internet, onde ela fala sobre a privatização do espaço público e as implicações filosóficas sobre esse apossamento...


sábado, 1 de dezembro de 2012

A não exegese das Festas.


Esse Post vai para Giovanna! 




    Não me agravo a essa exegese, nunca fiz parte do festim dos vícios e vaidades, não que não os possua ou me faça por motivos subjetivos e escusos despartcipante, só não me ambiento às festas.

    Inúmeros colegas também não, mas não somos um grupo expressivo, e meus colegas são eleitos sob o peso das minhas paixões, não são um grupo comum.

    Se eu tivesse de fazer uma crítica ao ambiente não me sairia bem, minha experiência é muito pobre nesse sentido, sobretudo, não me dou bem com a vertigem, com a dança, com o vicio exposto, com o excesso, com o calor dos corpos ou com o ruído ensurdecedor...

    Quase uma tia velha já me disseram, houve quem se atreveu a me imaginar bêbado e descontrolado, que será que eu diria? Que será que exporia? Que subjetividades meu corpo estadearia? Que danças espontâneas me tomariam conta?

    Não sei nunca me proporcionei nenhum tipo de transe ou experiência alterada por intermédio de qualquer substancia psicoativa, também nunca ocorreu reagir descontroladamente por conta de reação adversas a qualquer medicamento, no muito após muitos dias mal dormidos e sob o stress de me manter acordado por muito tempo acabo descapacitado para diálogos profícuos.

    Saindo de mim e andejando por outros corpos:

   Esses ritos tem muito hormônio, certo, parcialmente compreensivo, mas também tem muita autodestruição, física e psíquica.  Uma colega percebe na autodestruição “adolescente/jovem” o elemento propositor da reconstrução pelos cacos, erro e consequência gerando fragmentos de experiência e reconstrução. Eu acho estupidez despropositada. Não que deva haver propósito para tudo, mas fazer e deixar acontecer um tudo tão cheio de vazio por tanto tempo?! Não vejo a necessidade de tanta destruição para a construção, mas enfim.

    Descompressão! Eles fazem porque merecem e precisam. Há quem defenda como direito, e eu só penso, quais os deveres do “festivo”, se arruinar e se acabar na noite? Dançar pelado depois das duas? Apaziguar o espirito e esquecer-se de qualquer “mal” que lhe tome a consciência por determinados instante.  É... Meus exemplos atuais de festa extrapolam a noção de festa alheia e talvez hegemônica no imaginário popular. Trata-se de festas Universitárias promovidas por agremiações e Centros Acadêmicos dentro do Campus, com direito a “menores” caídos no chão vomitados, vomitando e alucinando às vezes; pilhas de lixo em ascensão continua; banheiros químicos tumefactos das podridões e indigestão alheia; gente conhecida e respeitável em estado deplorável e catártico além é claro da explosão súbita dos presentes ante a qualquer musica um tanto mais simplificada e ritmada.

    Sabe que não nego, talvez! E só talvez (no âmbito das coisas futuras, mas ainda sem potencia) um dia eu participe de uma, e mesmo sem beber (quanto a isto não dou o pé a torcer) exprima a subjetividade latente nessas minhas nodoas velhas e carcomidas pelos maus hábitos físicos, e exprima a devassidão permitida só sob o refúgio dos que se unem por isso. E ai quem saiba com dois dedos a mais de experiência eu seja menos tanta coisa...

terça-feira, 6 de março de 2012

Os paralelos da Cartografia Sentimental.




   Nesse mundinho chamado Felipe, os meridianos e os paralelos não servem para contar secções culturais do espaço e do tempo, não servem para serem admoestados e esquecidos pela economia, essas linhas invisíveis inclusive quase não delimitam superfície! Rasa que é minha compreensão sentimental de mim mesmo e dos outros.

      Uma divagação sobre o que foi é premente. O que posso escrever é que  meus primordiais alelos se expandindo, se tivesse uma representação de mim mesmo para auto verificar-me diria em bom som! – Que ampliada Cartografia Sentimental? De onde vieram todas essas Ilhas e países, e povos e dinastias, que tantos pontos de lugares que nunca ví? De onde vem?
                                                                         
   Isso porque já cheguei a pensar em contraposição do que se sente, como se as coisas viessem ao mundo numa contraposição de seu duplo, negando-lhe.  E  por isso existindo “Mais e Melhor”, até já pensei em contrariedades que seriam diametralmente opostas e formariam  uma espécie de cosmogonia salutar e indivisível, a única possível.

Hoje não creio mais nisso.

   Abandonei as Analogias Arbóreas e me irrompi em rizomas, em todas  as direções; os duplos se foram. Que me venham as situações complexas e os aprofundamentos não excludentes, os sentimentos em estado de potencia.





segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

“Algumas implicações com o Oscar”, Ou “Que saco” ou ainda “And The Oscar Goes To”


Desde que li por aí, um rapaz que dizia –  Esperar o que de uma jornalista que chama o Grammy de o Oscar da Música ?- ( mais um Pouco e o Nobel, vira o Oscar dos cientistas) esse tal premio passou a me perseguir, foi a uns três dias.

Achei que fingindo não ser comigo, não me chocaria com tanto glamour brotando dos tapetes vermelhos Hollywodianos quando saltos 15 em vestidos experimentais correm em direção ao Kodak Theater , esperando com suas caras deformadas de botox (graças a deus nem todas) por um momento de esquecer o discurso no bolso e asnar um pouco.

Pensei que esse ano fugia de novo da cerimonia, mas uns amigos Cruspianos me deram um empurrãozão  na direção do prêmio.

Até já assisti ao Oscar, (Não faço mais isso Hoje!) e não sou bobo de não perceber sua real importância para o engrossar de receita dos caldos cinematográficos, e fazer menos terríveis o cinema estrangeiros. Motivando verdadeiramente por 15 minutos populações inteiras de cinéfilos a beira mundo.

Mas é que a reverberação por detrás do estardalhaço americano por vezes me desencoraja profundamente de assistir, ou mesmo querer saber quem é que os Oscaritos premiaram. Sundance não passa na TV, nem Gramado, nem Paulínia, o Urso de Prata nem se fala, mas pelo jeito não importa!

Dia desses li uma “noticia séria” nesse portal multimídia do grupo com formato de bola dizendo que o Globo de Ouro era o melhor Pré-Oscar, estava ali implícito! Todo o resto é “esquenta” bem, depois disso todo mundo é chinelo! Serve pra calçar as aspirações de um monte de atores, ex-indicados, premiados e toda a banda podre. Um filme não ganha o Globo de Ouro porque aparantemente é bom para determinada categoria onde foi avaliado pelo júri, mas porque provavelmente esse filme indicado é aquele que os Oscaritos selecionarão para subir ao Olimpo dos prêmios, experimentar Hidromel e então, generosamente lhes enviar pro limbo.

Eis o momento em que os entusiasmados de um e outro canto aparecem pra dizer que “houve uma injustiça terrível” e o seu selecionado não ganhou o Oscar, o que provavelmente tornará o filme 15 vezes já que não foi o selecionado da noite. Não ganhou  a Atriz? É melhor se internar, pra ela só teve o Urso de Prata, injustiça com aquela outra lá. Ahh, e aquele que só ficou com as modalidades técnicas, edição de som, fotografia... Nem são bons, mais filmes tinham que concorrer a estatueta principal! Que tal vinte?

Tudo seria melhor se a Caixa Econômica Federal fizesse um jogo “And the Oscar Goes to”. Imagina só, eu ticando caixinha por caixinha, assistindo a cerimonia e esperando pra saber se acertei mesmo.

E daí que ainda nem assisti 80% dos indicados, fiquei com as sinopses brasileiras dos resumos dos críticos americanos, provavelmente não vou assistir todos os indicados, e nem sabia que em tantos países se faziam filmes. Jose Wilker acha que  esse mesmo é o que deve ganhar porque é muito, muito, muito bonito! E usa o roteiro brilhantemente. É, acho que é isso mesmo, concordo, é impecável o uso do roteiro.
É, o Oscar é muito mais eu sei, mas costuma ser isso aí.