3 livros sabios

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

“Algumas implicações com o Oscar”, Ou “Que saco” ou ainda “And The Oscar Goes To”


Desde que li por aí, um rapaz que dizia –  Esperar o que de uma jornalista que chama o Grammy de o Oscar da Música ?- ( mais um Pouco e o Nobel, vira o Oscar dos cientistas) esse tal premio passou a me perseguir, foi a uns três dias.

Achei que fingindo não ser comigo, não me chocaria com tanto glamour brotando dos tapetes vermelhos Hollywodianos quando saltos 15 em vestidos experimentais correm em direção ao Kodak Theater , esperando com suas caras deformadas de botox (graças a deus nem todas) por um momento de esquecer o discurso no bolso e asnar um pouco.

Pensei que esse ano fugia de novo da cerimonia, mas uns amigos Cruspianos me deram um empurrãozão  na direção do prêmio.

Até já assisti ao Oscar, (Não faço mais isso Hoje!) e não sou bobo de não perceber sua real importância para o engrossar de receita dos caldos cinematográficos, e fazer menos terríveis o cinema estrangeiros. Motivando verdadeiramente por 15 minutos populações inteiras de cinéfilos a beira mundo.

Mas é que a reverberação por detrás do estardalhaço americano por vezes me desencoraja profundamente de assistir, ou mesmo querer saber quem é que os Oscaritos premiaram. Sundance não passa na TV, nem Gramado, nem Paulínia, o Urso de Prata nem se fala, mas pelo jeito não importa!

Dia desses li uma “noticia séria” nesse portal multimídia do grupo com formato de bola dizendo que o Globo de Ouro era o melhor Pré-Oscar, estava ali implícito! Todo o resto é “esquenta” bem, depois disso todo mundo é chinelo! Serve pra calçar as aspirações de um monte de atores, ex-indicados, premiados e toda a banda podre. Um filme não ganha o Globo de Ouro porque aparantemente é bom para determinada categoria onde foi avaliado pelo júri, mas porque provavelmente esse filme indicado é aquele que os Oscaritos selecionarão para subir ao Olimpo dos prêmios, experimentar Hidromel e então, generosamente lhes enviar pro limbo.

Eis o momento em que os entusiasmados de um e outro canto aparecem pra dizer que “houve uma injustiça terrível” e o seu selecionado não ganhou o Oscar, o que provavelmente tornará o filme 15 vezes já que não foi o selecionado da noite. Não ganhou  a Atriz? É melhor se internar, pra ela só teve o Urso de Prata, injustiça com aquela outra lá. Ahh, e aquele que só ficou com as modalidades técnicas, edição de som, fotografia... Nem são bons, mais filmes tinham que concorrer a estatueta principal! Que tal vinte?

Tudo seria melhor se a Caixa Econômica Federal fizesse um jogo “And the Oscar Goes to”. Imagina só, eu ticando caixinha por caixinha, assistindo a cerimonia e esperando pra saber se acertei mesmo.

E daí que ainda nem assisti 80% dos indicados, fiquei com as sinopses brasileiras dos resumos dos críticos americanos, provavelmente não vou assistir todos os indicados, e nem sabia que em tantos países se faziam filmes. Jose Wilker acha que  esse mesmo é o que deve ganhar porque é muito, muito, muito bonito! E usa o roteiro brilhantemente. É, acho que é isso mesmo, concordo, é impecável o uso do roteiro.
É, o Oscar é muito mais eu sei, mas costuma ser isso aí.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Sofrer ausências de coisas que somente foram desejo ou a Invenção das Memórias.

“ Só a recordação fornece a alegria sem ansiedade sobre a sua extensão e, dessa maneira propicia uma duração que de outro modo seria impossível. O tempo  perde seu poder quando a recordação redime o passado”

Herbert Marcuse – Eros e Civilização
(Nos parágrafos seguintes o Próprio Marcuse desconstrói o a frase que cita, mas tudo bem vou usar assim mesmo.)

A memória restitui uma presença do tempo sem a agonia do momento vívido, tornando nossas piores experimentações em momentos agradabilíssimos, que no muito servirão de piada um dia. Sofrer ausências de coisas que somente foram desejo e rememorar como se fossem suas as memórias inventadas torna tudo mais complicado.

Sentimentos nunca vividos por este corpo se tornam falsas reminiscência, sofismas idílicos. A vida dos personagens lidos, dos amigos bem conhecidos, e das mentiras que nos servem de auto-engano, enredam em poderosas raízes a titânida que faz o mundo lembrar que é mundo.

Essa experimentação por projeção não constitui patrimônio colateral, que afete os nervos e os fortaleça, existe apenas entre o mundo do  rememoramento e da invencionice, das respostas mentirosas que damos para suprimir as chagas que se abrem todos os dias,  nas tentativas de manter as vestes, neste desnude chamado mundo.

O problema maior é que o sofrimento daquele que se auto-engana, não se resolve pelo tempo.

O tempo não apaga as circunstancias que nunca existiram, que só existem no campo das paixões (esses carrapatos do espirito), não cura a alma, nestes casos o tempo só nos reduz a insignificância de ser oxido, e não mais  perceber que aquilo nunca foi verdade. E mesmo em caso contrário, não há razão que contenha  essas falsas memórias.

Tenho amargado nesses devaneios das memórias que inventei, o tempo não as apaga, e a titanida se vinga pelos braços falsos que lhe apliquei me devolvendo imagens totalitárias cheias de sentimentos  caducos, incompletos em sua formação.

As minhas falsas memórias, germinaram em esclerosadas observações da vida.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

As Horas Inválidas

    Foram tantos estropiares que agora chegou minha vez.

    As frases prontas começam a curtir seu efeito, tingindo-me. Os clichês começam a me abraçar com seus açucarados braços sorrateiros, e eu melancólico, apático me deixo engolfar. Osmóticas membranas me consumem-me extirpando a resistência, os dias me consomem, o sol  secando-me a casca o sal dos dias me rachando os lábios e eu quieto sem remoer.

    A “verdade” da questão ainda não compreendi. Esse lado sensitivo mal adestrado, que se aflige sem descortinar os porquês?

    As escolhas não tem vindo, e as saudades salutares dos tempos não vividos em vez de confortar aprisionam-me numa vida enlatada, fiquei MASS-MEDIA. Não é uma pele enrijecendo pra virar crisálida, não é dor de sair dos caminhos, não é vontade de voltar pra caixa.

    E os dias vão se esvaindo sem que eu saiba do que se trata.

    Os instantes são oportunos, mas ainda (muitas vezes) mascarados, e não pode ser diferente, se me calo num instante de reflexão ou contemplação já há dois me inquirindo!

    O choro não vem, e o excesso de bonanza sem tempestade só me tem entorpecido duma sensação de alivio para um problema que nunca me afligiu. Não que eu seja bobo de querer que os problemas me caíssem as mãos para que eu resolva, também não faria nada.

    Sinto que a roda do meu quarto tem girado, e eu junto, as vezes caindo durante a rotação e sendo esmagado pelo peso dessas quatro paredes em rotação. Os livros quietos no canto já não são mais projeção, viraram desistência, acúmulo, parados me observam putrefar.

    E nesses estrépitos de entra e sai e vai e volta, e carrega e para, não tenho chegado em local algum, mas também não sei se estou me movendo em alguma direção, acho que compelido a me auto-enganar seguro as oportunidades que delineiam um caminho, mas o aprofundamento fica para depois, estou virando cova rasa, sulcado pelo acaso, sem defesa para as coisas banais, que agora me crescem como trepadeiras, esganando-me, escorsoando-me  a vista, lentamente penetrando em meu nariz.

           A  asfixia está nos seus planos.