3 livros sabios

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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Nomen rosae

    Depois de fingir saber, por em cheque a avaliação dos outros, assistir meias cenas da adaptação cinematográfica e fazer uma resenha pra faculdade (valendo nota) eu venho  a tona dizer que NÃO! infelizmente e não por falta de tempo ou outra resposta conveniente! Eu não li o Nome da Rosa. (Comecei agora no recesso e pretendo terminar antes de fevereiro).

    E só muito recentemente eu assisti o filme inteiro. O que de forma alguma me impediu de dar uma de Pierre Bayard (autor do livro "Como falar dos livros que não lemos") e sair arrogantemente discordando dos outros.

    SIM, Trollagem é a palavra,  mas eu costumo fazer essas coisas, é involuntário! Costumo culpar o fato de que quase tudo que eu estudo me leva a construir Representações e Informações Documentarias de qualquer coisa, como se minha estada no mundo tivesse de se circunscrever no pequeno Roll daqueles que tentam tornar  as características comuns e incomuns das "coisas" uma grande Arte, como se minhas verdades se formassem de criteriosa observação disto aí (Mas é só uma tentativa de auto-engano).

    Já nem me lembro há quanto tempo com alguma eloquência discurso sobre aquilo que desconheço, como se de fato soubesse para além das lhufas sobre aquilo que digo! Como se de fato soubesse para além dos dados esparsos conectados a esmo sempre a meu favor. Foi assim na Escola, é um pouco menos, mais ainda é assim na Universidade (Não é todo professor que se pode engrogolar! Alguns te enredam em sua própria teia) O pior, é que raras exceções ninguém se opõe ao que digo, por maior que seja o impropério! Até que eu próprio me oponha ao que vinha dizendo( fazendo com que eu digo seja novamente aceito), sinto que até desenvolvi uma certa Argúcia para a questão, não me contradizendo e fluindo cada vez mais dentro do meu emaranhado ( O sempre Bom "Como vencer um Debate sem ter razão: em 38 estratagemas" do Schopenhauer me ajudou bastante! Tenho que terminar de ler).

(Sei que este  vangloriar-se é indigno para nossa moral! Mas vou tentar resolver essa questão no próximo Post)


    Já cheguei à ultima de discutir defendendo um "conceito" numa teoria, sem me perceber que de fato eu era contrario ao que dizia! Tinha errado a nomeclatura! Defendia um grupo de ideias, por debaixo da manta que nomeia as ideias diametralmente opostas, ao perceber pensei em recuar! Mas o outro não havia percebido que defendíamos as mesmas coisas com nomes diferentes, eu usando o nome errado!  Sem arredar o pé, mantive-me contrario a mim mesmo, E passei lentamente advogar pelas ideias contrarias, mudando aos poucos de lado. Um advogado do diabo por circunstancia. Gostei tanto de me ver sôfrego, brotando artimanhas e usando argumentos que não eram meus para defender aquilo que eu discordava, que passei inconscientemente a fazer isso.


   Este tipo de situação ocorre-me sempre! Defender o que discordo, Defender algo com o "nome" errado, do meio do nada passar  a defender o que o outro diz. Tantas oposições nos forçando ao embate frontal , pro "perder" ou "ganhar", que besteira essa do "perder" ou "ganhar" no fim sempre acho que devia ter concordado ironicamente com o outro mais algumas vezes, ter lhe dito "assim é se lhe parece", ou concordado afirmativamente e levado seu discurso as alturas, desconsolando-o de um embate"violento" porque no fim eu mesmo me dizia isso enquanto orbitava num mundo de ideias para respostas.


   Pronto Divaguei demais, próximo Post eu escrevo um pouco mais.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Fluindo-se

Numa espécie de linha de reprodução, formatada no  leia, leia,  copie e escreva! donde ainda não encontrei capacidade para me constituir palavra escrita, tentei alguns microcontos. Muito ruins por sinal!

Produzidos numa tacada, são ruins como o momento em que os produzi! tentei lebrar-me de Marina Colasanti, Eduardo Galeano e ítalo Calvino, grandes mestres do desencontro na produção dos sentidos, mas no máximo consegui me engabelar. Como um bom Pós-Moderno, vou culpar a razão, defender Arte e dizer que tudo isso é sintoma da pulverização e liquefação pela qual tem passado o mundo. 

Alguns contos (Ou quase...) seguem abaixo.

Fluido-se

Quando levantou encharcado de sangue, já sabia o que fazer.
Iria Fluir lentamente pela cama abaixo, transpondo a quina, dobrando em direção à porta.
Que sempre esteve fechada.
Este mundo não era mais seu.

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No instante oportuno, chutou pelas costas a vergonha.
 - Este almoço de pícaros, de mais leve conserva a pultridão dos intestinos.

Mas seu grito ricocheteou nos talheres finos, e nas célebres taças, que continuaram a sorver e amamentar de sórdidos valores, à família.

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A hóstia

Seca hóstia corrompe a umidade em minha boca. Neste desterrar de vaidades, envaidecidos somos pela cerimonia. 
Beatas que somos, o desvelar do véu e o re-velar são para platéia inóqua, todos os santos nestas paredes: nús, ensanguentados.
O dedo percorrendo levemente o carmin dos lábios inchados.
A consumação da Hóstia é um ato Sacro.

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As crianças.

Treinaram os animais, não sem antes também serem treinados.
A observação reificante destes, só podia ser depreensão daquela situação.
 Da qual era audazes vítimas. 
E os dias iam se passando.

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PS: Juro que não sei porque o fundo ta branco! tentei corrigir  varias vezes e não consegui.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Mais um relatório!

Deve estar com inúmeros erros, mas tudo bem! Padrão CBD de qualidade!


Vou fazer um "Guia de Freud para Bixos (vulgo Calouros) de Psicologia" com essa imagem de capa! yey.....






Abaixo mais um relatório forçado, forçoso e moroso! Dessa vez disse pra professora que relatório da Biblioteca da ECA é mais reciclavel que latinha, e que como RD era impossivel "Flanar" "Zapear" o espaço sem ajuda, sei até quanto gastaram de papel higiênico no ultimo semestre!

Não tinha como fazer outro, ou usar de novo o primeiro (que é o melhor, eu acho! e que provavelmente nunca postei, vou procurar e postar) pois bem, é isso ai em baixo.




Universidade de São Paulo
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Biblioteconomia e Documentação
Felipe Salles Silva Nº USP 7164117, Matutino.
Disciplina CBD0200 - Recursos Informacionais I, Ministrada pela Profª Drª Brasilina Passarelli
Relatório de Avaliação da visita externa Feita a Biblioteca Do IPUSP
        O presente relatório foi produzido após uma visitação “Técnica” de “flanagem” pela Biblioteca do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, num primeiro momento o exercício versava sobre uma visita a biblioteca da ECA/USP, contudo, após 4 visitas anteriores feitas para outras disciplinas, e sabendo do caráter de “flanagem” do exercício, alterei meu espaço de visitação, não sem antes acordar a situação com a ministrante da disciplina.
        Cheguei a “Biblioteca Dante Moreira Leite” por voltas das 18hs de uma Sexta-Feira, pude observar que não há sinalizadores externos que indiciem a presença da biblioteca para os passantes, nem totens, nem cartazes, faixas, placas, nada.
        De outra visita sabia onde encontrar a Biblioteca e sua entrada. Devido à arquitetura inusitada do conjunto das Psicologias, o hall de entrada da biblioteca diverge para três possíveis ambientes, o acervo, uma sala de estudos e um espaço guarda-volumes com uma providencial maquina de café paga, ali, um funcionário mediante recolhimento de documento, disponibiliza um café, o serviço não parece ser terceirizado como da Educação, mais a frente, num silencio causticante fica uma sala de estudos coletivos, com mobiliário de madeira envernizada um tanto nova, mesas de 2 e 4 acentos quadradas e retangulares, emoldurando ambientes de leitura silenciosa e observação da singela exposição de periódicos da instituição, fechando o espaço duas salas de estudo com mesas um tanto maiores e portas que deveriam impedir acusticamente o que esta fora de entrar e o que esta dentro de sair. O que não ocorre, uma das salas esta desativada e entulhada de cadeiras e mesas, ainda, plantas muito bem cuidadas as portas do ambiente, voltando ao hall, um mural informativo tenta se orientar por categorias à medida que informa o usuário como usar o catalogo dédalus e também sobre eventos da universidade, do instituto e da biblioteca.
Entrando no acervo, novamente a arquitetura desfavorece uma visão do conjunto, nada que impeça ou tolha um desavisado. Baias de computadores aparentemente sem problemas e visivelmente se aproximando da linha dos antiquados oferece acesso irrestrito à Web, usuários deleitam-se em suas pesquisas e paginas de relacionamento, democraticamente.
Placas de um dourado fosco e um azul talvez marinho, pendem do teto indicando a disposição dos espaços e aludindo suas utilidades. Tal qual toda a biblioteca, são plenamente visíveis e límpidos, mas quase sempre omitem algo. Duas delas muito grandes expressam.
Piso Térreo – livros e teses, serviço de referencia, empréstimos, Xerox.
Piso Superior – Serviços Técnicos e Administração
Subo ao segundo andar pelas escadas, não sem antes averiguar o banheiro masculino. É limpo e foi higienizado recentemente, possui pias e sanitários acessíveis, infelizmente a porta de entrada não o é. Lá em cima após os lances, encontro muito mais do que a placa indicava! Periódicos, "Produção Técnico Cientifica", centro de memória auditório e uma incógnita sala de capacitação! Computadores fora de uso, uma micro sala de estar e um filtro sem copos! Pior para os possíveis usuários. Os serviços técnicos devem dizer respeito à própria administração que fica intocada atrás de uma parede de vidro, pois bem, para o outro lado se avolumam periódicos antigos e recentes todos posteriores aos anos 1950, os anteriores há esta década ficam em uma sala especial, logo ao lado de uma porta que dá para o nada e a produção técnico cientifica (creio que o correspondente ao nosso Arquivo docente Ecano, Não há ninguém aqui em cima, impossibilitado de usar um terminal procuro pelas teses mais novas, encontro uma de 2009, assim como todas as outras, esta foi produzida por um aluno da pós-graduação onde ficariam os Tcc’s.
Volto ao térreo, três fatos curiosos, a seção de referencia ocupa todo um lado do acervo, os livros são classificados segundo a LCC e as etiquetas são pretas com códigos brancos! O acervo não parece muito novo, mas na USP ele nunca parece! Os livros recém adquiridos e processados possuem etiquetas brancas, logo ao fim das prateleiras de livros fica uma Xerox a lá carte uma sala trancada sem indicações e um micro acervo de reserva docente (aqui eles não tem esse nome) estão por ordem alfabética do nome do professor (que ministra a disciplina? Não entendi) grandes e circulares etiquetas laranja dardejam suas lombadas, à direita uma lista impressa faz às vezes de catalogo.
Volto até a referencia! Porque tão grande? Vejo dicionários, guias, manuais, atlas, enciclopédias, nada demais, mas porque tantos? Aproximo-me mais ainda, “Dicionário comentado do alemão de Freud”, “Dicionário Musical Brasileiro de Mario de Andrade”, há de tudo por aqui.

Retornando em direção a saída, fica uma hemeroteca em grandes e pesados arquivos de metal! Não há como saber do que se tratam e nem mesmo se ainda são atualizados, também não tenho interesse logo a frente fica a seção Multimídia! (O serviço de referência é entre um e outro espaço, uma mesa imensa com uma bibliotecária a tira colo, não vale a pena perguntar nada ali) adentro a seção, confortáveis poltroninhas de couro preto e algumas dezenas de mídias DVDs, poucas aulas, muitos filmes. “O nome da rosa”, “Três Homens em Conflito”, “Asas da Liberdade”, “Cinema Paradiso”, “Hannibal”... Caixas vazias indicam o que está ali e o que não, será que devo levar a caixa até alguém para usar a Televisão logo ali ao lado? Provavelmente. Um grande fichário preto contém por ordem de chegada (creio) alguns dados dos filmes (será possível encontrá-los no Dédalus? Tentarei mais tarde) já é tarde, tenho de ir, a biblioteca fecha em 15 minutos.
A ultima usaria num zás-trás corre até o acervo e trás correndo o volume! Já são 18h51min, a saída é tranqüila, o resto é Biografia.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Dos seres e das Situações Magicas.

Que titulo fingido! Sim eu sei, não tinha melhor, é o que escrevi pra hoje!

Atualmente trabalho na Rede Saci, e ao contrario do que mesmo eu pensei, não perco minhas tardes na praça do relógio com uma peneira de cruzeta e uma garrafa com rolha benta!  Essa saci é do projeto USP legal, e o saci é um acrônimo para Solidariedade, Apoio  Comunicação e Informação (SACI - sacou? a analogia com a deficiência do ser mítico em questão deve ter sido prevista como uma espécie relação cômica! Só deus sabe.) faço todas aquelas coisas que alunos de Biblio fazem (nem vale  apena levar adiante! Não há Público externo (por diretrizes  de segurança do prédio onde estávamos, o interno é escasso, o sistema  em uso é o WinIsis que está corrompido e conta com uma unica base de acesso com, prestem bem atenção "Livros, revistas, cartas, jornais, cartazes, folhetos, cópias, convites, fitas VHS, discos DVD..." sendo que mais da metade de tudo isso já não está mais no acervo! Enfim vou dar continuidade... senão vou madrugar aqui....

Comecei a montar um ARQUIVO! Na acepção ampla do termo, com Tabela de Temporalidade e Plano de Classificação, depois do 10 da Jhoanna em "Int a Org de Arq" me senti.....

Dai a SACI teve de sair do prédio! que por sinal é a Antiga, Nova, Antiga que passa a ser nova, novamente - Reitoria. (Onde Impera o ilustríssimo reitor Bigas). E num surto de desestratégia toda a Biblioteca e o Arquivo em questão foram tragicamente carregados para  o ainda incompleto terceiro favo da coméia, lado A. (Nunca tinha visto esse vinculo entre  lados e letras antes da USP, mas sabe com é neah!)

  Fora a truculência, agilidade descomedida, cheiro de pinga (Mesmo! mas também, já era depois do almoço, e o pessoal não trabalha com "transporte", segundo alguém ali do qual não pude convalescer o nome "Estamos a seis meses fazendo isso, mas não é o nosso trabalho" não sei o que poderia ser o trabalho deles.) poeira, desordem total, e caos infernal, tudo transcorreu na mais completa e perniciosa malogragem!  E olha que há um mês, eu vinha avisado minha chefe e descartando documentos (juro que enviei pra reciclagem umas 24 caixas de lixo! até que alguém da limpeza deixou um saco de 300 litros estacionado na nossa porta, dai em diante foi festa)

  Pois bem, o que queria dizer com tudo isso? (Pausa Dramática) Nem eu mesmo sei! Mas até segunda ordem, to sem trabalhar, ainda contratado, mas sem poder desempenhar minhas atividades diárias devido a falta de espaço antes da colocação de prateleiras no novo prédio! Só Deus sabe quando.

Então to aproveitando pra fazer umas disciplinas optativas por aqui - História da leitura, Antropologia Contemporânea IV e Literatura e bLÁ BLÁ BLÁ  não me lembro o que! Vagabundagens a parte, quando eu voltar a trabalhar vou me Ferrar muito, numa acepção sensitivista das percepções!


A bagunça lá ta mais ou menos assim





Viajem ao Fundo Da Biblioteca!

Sem desculpas pela demora!

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     Joe Sacco, Quadrinista e Jornalista de modesta relevância em qualquer nivel de ambito intelectual, aparentemente trabalhou em uma Biblioteca! como se alegar e relembrar o fato já não fosse um massacre as vicissitudes mentais e as faculdades processuais e sensiveis de sí mesmo, o Derrotista transformou numa serie de imagens em banda manifestações cristalizadas do ambiente Bibliotecario!

  Eu, como bom colecionador de anarquices desmesuradas e inócuas que sou, acabei recebendo o chamado de trazer a rede aquela produção intelectual só consumida por quem pode comprar ou acessar via outros meios a edição especial editaa pela Conrad Ed. em 2006!

  Lembrando de a Invenção do Cotidiano (Que Por Sinal Não Li, mas que conheço! e cito com descaramento) de Michael de Certaul, a recepção é uma outra forma de produção, o leitor não é cera quente impressa pelo DEUS EX MACHINA  do autor! (numa onda super Pós-Moderna de compreensão das estruturas)

  Dei um jeito de trazer via Multifuncional isto que aqui esta! é só olhar lá em baixo (não as partes Púdicas...)

   Bem acho que é só (As Imagens estão com boa resolução, é só ampliar OK?!)



















   O pior de tudo, foi ter posto a pagina com a ficha catalografica! Mas foi uma certa fuinha quem me obrigou, já que como Normalista sou um ótimo Desbibliotecario.



terça-feira, 14 de junho de 2011

Melville Dewey e a CDD

Quando as coisas estão daquele jeito! só me resta postar um trabalhos que eu fiz para Linguagens I!

Era pra segunda de manha, terminei domingo a noite, recebi um email dum colega (Gilles) as 22hs pedindo pra eu entregar o trabalho dele caso o resto do grupo também não fosse pra aula! (o cansaço do semestre já havia começado....)

Dai tive um surto! 

Depois de ver o trabalho do outro grupo, não podia entrgar o meu DQUELE JEITO! (tava feio de ver pessoal) até porque só eu tinha feito, mas ele (o trabalho) valia nota pra mais tres pessoas, da mesma forma que eu não iria escrever nada nos outros dois trabalhos e ia levar nota (sim, Põe confiança nos colegas aeee)!

Enfim, escrevi a base duma garrafa de café, 10 paginas bem produzidas!


 Vou por aqui! se vc for um desorientado procurando sobre CDD  e Melville Dewey, o lugar é esse mesmo!


UNiVERSIDADE DE SÃO PAULO
escola de comunicações e artes
departamento de biblioteconomia e documentação




                      Melville Dewey e a CDD.





Relatório desenvolvido durante a disciplina de Linguagens Documentarias I, como parte da avaliação referente ao 1º semestre de 2011.

Disciplina Ministrada pela  Profª Michelly Jabala Mamed Vogel.
                                                                                                                 

                                                                                        


                                                                      São Paulo
                                                                            2011

Introdução



            Este trabalho atende ao desenvolvimento de um relatório de estudo, proposto como forma de avaliação e ancoragem de conceitos pertinentes à disciplina de Linguagens Documentarias I, e caracteriza-se por sua abordagem panorâmica a respeito dos temas propostos para  relato, dando primazia de desenvolvimento às considerações, exposições e conceitos vistos em classe.

            O desenvolvimento do seguinte relatório passa pelo conceito de classificação Bibliográfica desenvolvendo posteriormente uma pequena Biografia sobre Melville Dewey e um pequeno panorama crítico sobre a CDD, um painel geral das questões é construído sem que se estabeleça ênfase em alguma das partes, visto a natureza especifica de desenvolvimento dos conteúdos aqui pedidos e apresentados.


Classificação Bibliográfica



                Classificação Bibliográfica”, segundo consta na segunda acepção do termo como descrito no  Dicionário de Biblioteconomia e Documentação (Cunha e Cavalcanti, 2008) é.” O arranjo dos itens de uma coleção – tais como livros. Periódicos, multimeios e demais suportes de informação - de acordo com um sistema de classificação e atribuição dos respectivos símbolos indicativos da classe a que pertencem dentro desse mesmo esquema. Estes símbolos constituem a notação. (...), ampliando o conceito, um sistema de classificação, tabela de classificação ou apenas classificação, é um conjunto de classes (não apenas categorias) apresentado em ordem sistemática, que distribui-se por conjuntos de temas/idéias de maneira coordenada/subordinada –inicialmente- e que tem por intento determinar o “assunto” de um documento ao mesmo tempo em que lhe dispõe uma forma de organização ante os demais documentos.
           
            Seus fins podem lhe atribuir maiores níveis de complexidade, tendo-se em vista que sua área de extensão e cobertura temática determinar-se-ão a partir de um grupo de substantes isolados donde se observarão as características identitarias semelhanças/dessemelhanças, em relação ao que ficou dentro e mesmo fora. Partindo daí para as demarcações e as imputações de elementos classificatórios.

            Estas atribuições de uso são estabelecidas de acordo com o nível de cobertura requerido pela finalidade do sistema, posto que a especialização/generalização das relações prenotadas, existentes ou constituídas deve satisfazer o universo descrito e circunscrever a aspiração do sistema de classificação.

            Satisfeitas as condições de conceitualização, -historicamente- sistemas de classificação bibliográfica, foram usados primeiramente como instrumentos de ordenação para a recuperação de documentos (por suas características temáticas), e se se desenvolveram sob a égide da classificação filosófica, que por sua vez se pauta na ordenação conceitual do mundo, objetivando o reconhecimento/agrupamento -e seus contrários- das situações da vida e do universo. Muito da orientação de dualidade e abrangência dos sistemas filosóficos foi tomado pelos sistemas bibliográficos, que se estruturaram sob estas prorrogações, atrelando-se profundamente aos modos de pensar e atuar daqueles. Algo que deve ser entendido sobremaneira por aqueles que utilizam estes sistemas.

            Ainda, entendido sobremaneira deve ser o fato de que um sistema de classificação, enquanto produção social e humana, engendra as atitudes e ethos dos sujeitos históricos que  o desenvolveram, propagando ideologias e pontos de vista do construtor; não seria diferente com a CDD com veremos mais a frente, não sem antes conhecer um pouco mais sobre o criador do sistema.


Melville Dewey

            Melville Louis Kossuth Dewey nasceu em 10 de dezembro de 1851 e faleceu de um aneurisma cerebral no dia 26 de dezembro de 1931, aos 80 anos de idade. Nascido em uma família pobre, caçula dum total de cinco irmãos, Dewey como é mundialmente conhecido, foi um vultoso pioneiro da Biblioteconomia Norte-Americana, criador da mundialmente conhecida e amplamente empregada “Classificação Decimal de Dewey”.

            Em 1873, aos 21 anos, enquanto trabalhava e estudava como student-assitantant da Biblioteca do Amherst College, em Amherst, Massachusetts, (cargo obtido em 1872) produz uma tese de 24 paginas determinante para os rumos da tradicional Biblioteconomia. Tese esta, onde instituía um sistema de classificação e expunha suas diretrizes de uso e sustentação.      

Classificação esta, abalroada de certeiras inovações e uma simplicidade inovadora e recursiva em resolver os problemas práticos e pragmáticos das novas tendências em biblioteconomia da época (como por exemplo, o livre acesso ao acervo e a agilização do processo de recuperação.). Este sistema teria notável praticidade e originaria importantes e novos conceitos e definições no que tange as questões de “expansão”, “memorização”, “continuidade” e “integridade do sistema de representação” nas teorias dos sistemas de classificação bibliográfica.

            Em 1876 publica anonimamente em formato de panfleto sua tese “Classification and Subject Index for Cataloguing and Arranging the Books and Pamphlets of a Library” utilizando-a como escopo num projeto de reordenação e rearranjo do sistema de classificação da Biblioteca em que trabalhava. Este embrião do sistema de classificação decimal que recebe seu nome é reeditado e re-titulado posteriormente diversas vezes, recebendo o seu nome definitivo apenas em 1931. Dewey Teve controle sobre o copyright da obra até sua 14º edição, (quando no decorrer de sua morte foi assumido pela fundação Lake Placid Club).       Em 1876 torna-se o primeiro redator-chefe do Library Journal e membro-fundador da American Library Association (ALA) assumindo o posto de primeiro-secretário da associação. Casa-se com Annie R. Godfrey em 1878. Seu único filho, Godfrey, nasce em 1887.

            Dewey construiu uma trajetória estratosférica a partir da veiculação de sua tese, a reedição contínua, mais a facilidade de compreensão e uso, bem como  os fatores políticos de disseminação propositados por Dewey para seu sistema e por quem o assumiu após a morte do autor, transformaram o esforço intelectual de um estudante de biblioteconomia norte americano no talvez, mais amplamente utilizado sistema de classificação bibliográfica do mundo, em uso, atualmente em algo como, 135 países e aproximadamente 200.000 bibliotecas estando em sua 23º edição (no prelo).


Classificação Decimal de Dewey.


         A seguir, algumas considerações, observações, curiosidades e constatações sobre o sistema de classificação de Dewey.

            O sistema de classificação decimal de Dewey, atualmente em sua 23º edição (no prelo) como visto anteriormente, foi primeiro publicado em 1876 de maneira anônima pelo próprio Dewey, trata-se de um sistema fortemente marcado pelas doutrinas da ideologia racionalista, pragmática, ocidental, norte-americana, idealista e positivista.

            É um sistema pré-coordenado, e de certo modo facetado, que organiza-se  partindo de uma orientação de cunho cientifico,  eque no entanto, ainda se pauta nas classificações filosóficas do conhecimento. Sua pretensão original é a de cingir todo o conhecimento humano em 10 areas, tendo como notação de representação a numeração hindo-arabica e alfabética, respectivamente. A ordem de apresentação dos conhecimentos humanos dentro das 10 classes corresponde a um método intransigente de investigação e teorização das ciências humanas que descreve todo o conhecimento humano em três bases (retiradas de  Bacon e Harris) conceituais, razão (Filosofia, Religião, Ciencias Sociais...) Imaginação (Belas artes, Artes Praticas e Literatura) e Memória (Geografia, Biografia e História), dentro destes tres fulcros se instalam as 10 grandes classe do conhecimento humano segundo Dewey. 

            Com o tempo, estas classes foram se alterando, mas nunca perderam a sua totalidade de essencia, como mostra a tabela a seguir (tabela 1)

Quadro Comparativo das classes em distintas edições da CDD.
         1876 (1ª. Ed.)
          1995 (20ª. ed.)
         2003  (22ª. ed.)
000 Generalidades
000 Generalidades
000 Ciência da Computação, Informação e trabalhos Gerais.
100 Filosofia
100 Filosofia e Psicologia
100 Filosofia e Psicologia
200 Religião
200 Religião
200 Religião
300 Sociologia
300 Ciências Sociais
300 Ciências Sociais
400 Filologia
400 Línguas
400 Línguas
500 Ciências Naturais
500 Ciências Naturais e Matemáticas
500 Ciências
600 Artes Práticas
600 Tecnologias (ciências Aplicadas)
600 Tecnologia
700 Belas Artes
700 Artes
700 Artes e Recreação
800 Literatura
800 Literatura
800 Literatura
900 História
900 Geografia e História
900 História e Geografia
Tabela 1 – Quadro Comparativo.


            O sistema ganhou grande uso, acreditasse, por sua simplicidade e renovação constante das estruturas de assuntos dentro dos campos de conhecimento, que são revistos atualmente a cada sete anos; Ai são feitas operações como introdução, migração, agrupamento e expansão dos gêneros e assunto. Desde sua primeira edição em 1876 até sua atual versão (23º edição, 135 anos depois )o código,  nunca deixou de ser atualizado.
           
            Interessante notar, que mesmo com o acréscimo contínuo de modificações, a estrutura formal da CDD nunca sofreu uma alteração amplamente significativa (que pudesse reorientar o modo de compreensão do mundo pelo sistema) nas perspectivas macrosistemicas de organização.  A integridade dos símbolos de representação é mantida e tornou-se inclusive uma espécie vantagem, desde a sua 13º edição quando  surgiu a tabela auxiliar de subdivisões comuns, e a tabela de divisões de forma que tentam indiciar as possibilidades de conexão dos assuntos, sem alterar as três bases numéricas iniciais que dão ordem ao documento (mais sobre as três bases no decorrer do texto).

            É importante que se diga, que exceto por generalidades, e literatura, segundo a CDD, os volumes são classificadas primordialmente por assunto, e por suas extensões, local, época ou tipo do material, donde se gera um número de no minimo tres bases generalistas onde se pode acrecentar um ponto decimal (.) e dependendo de sua determinação e necessidade especificar a classe segundo orientação das proprias classes e de tabelas auxiliares. A notação deve ser entendida e lida decimalmente, ou seja, o número 893 deve ser entendido como 8 – literatura, 9 – em Língua Espanhola e Portuguesa, 3 – Brasileira, e não como número integral que represente um tema especifico, a ordem dos números cria o sentido do simbolo numérico obtido. Como já dito, após os tres primeiros números, de acordo com a classe onde se esta e o uso das tabelas auxiliares, pode-se formatar uma notação que indicie facetas, conexões e diversas maneiras de indiviualização.

            Outra espécie de vantagem é a padronização sistêmica gradual, que faz com que o código, mesmo sofrendo alterações pontuais não insira formulações que desfaçam a formatação da parte generalista da estrutura, ou seja, quando o código é alterado, o que esta classificado com a normatização anterior, ainda esta “correto” até determinado ponto da notação, mesmo não estando em conformidade com a alteração. E de maneira geral, ainda encontra-se dentro de sua grande área; Algumas mudanças específicas, não alteram em nada a parte generalista da estrutura de representação.

            Muito de sua notoriedade, originou-se não somente de sua requalificação gradual, mas de um grupo de “proezas” primeiro vistas neste sistema. Pode-se talvez dizer, que a maior proeza da CDD esteja  na escolha do sistema decimal como forma de representação de suas classes e categorias, já que isto permite ao sistema a dinamica de ser ao mesmo tempo lividamente numérico e infinitamente hierárquico, outras boas propostas, foram a ideia  da base em três dígitos com subdivisões sucessivas e finitas mas com grande extensão e da notação decimal que facilita a  inserção de novos tópicos. Esta sequencia numérica ininterrupta, pautada na subordinação progressiva foi repetida por quase todos os sistemas de classificação bibliográfica seguintes.

            Outro novo mecanisno trazido (sem sua percepção como um todo) foi o elemento facetado, simbolo que quando corretamente utilizado combina elementos de diferentes partes da estrutura para construir um número que represente a classe principal de  uma faceta específica ( Variação geografia, histórica...)  do que esta sendo tratado (Modificando sua forma de apresentação mas não tanto de ordenação), a representação eproduzida pelo usuario,  ao invés de retirada de  lista fechada com ordem estabelecida para formas de conteudo ad infinitum.

            Sistemas Decimais, já vinham sendo usados há algum tempo, contudo, para a ordenação das estantes dentro do espaço da biblioteca. Até então, os sistemas de classificação não se propunham a sustentar-se a partir do geral para o restrito, dos grandes blocos de conhecimento para as pequenas especializações, nem mesmo abarcavam a questão da universalização e conseqüentemente homogeneização da compreensão dos assuntos de modo a tornar a disposição dos arranjos “conceituais” e dinâmicos, mas minimamente mutáveis.

            Na pratica habitual, os documentos eram agrupados por pequenas categorias de características –semelhanças- (Ineficientes e eficientes na busca, como cores, tamanhos, assuntos, autores), sua ordenação era fixa dentro do desenvolvimento da coleção, de modo que a entrada de novos volumes ou de uma nova categoria demandava a reconfiguração e reclassificação de todos os volumes da biblioteca.

            O sistema de Classificação Decimal de Dewey impôs a seu modo novas maneiras de se entender, configurar e sustenir a classificação bibliográfica, a ponto de tornar-se tão respeitado nos circuitos da biblioteconomia que mesmo sabendo-se de suas numerosas falhas, continua sendo usado sem preocupações ou inquietações devido a sua facilidade.
           
           

Considerações

O sistema, encontra-se atualmente prejudicado antes a sua falta de maleabilidade na era da informática e das modernas tecnologias de representação e recuperação dos documentos/informações; Muito do seu pioneirismo nunca foi completamente entendido por quem o utiliza, de modo que mesmo com as alterações significativas dos ambientes e da ecologia representacional ocorrido no âmbito das linguagens documentarias a CDD permanecesse como baluarte inabalável, ambiente seguro e pedra de repouso do circuito biblioteconômico, certamente um problema para a evolução da área.

            Apesar de que, gradativamente, com as linguagens evoluindo em detrimento de novas dinâmicas de organização e recuperação da informação (inclusive com a perda do suporte material) a CDD e os sistemas de classificação, vem perdendo espaço na academia e na pratica para outros instrumentos teóricos como os tesauros e as taxonomias corporativas (onde a predominância da representação da multifaceta, do uso da palavra como símbolo e conseqüentemente do controle terminológico)

            A CDD permanece como um colosso ainda útil, mas que deve ser superado, em nome das modificações necessárias as evoluções da necessidade de uso ante a facilidade do uso, complexizar o problema é necessário.

Material Consultado


ANJOS, Liane Dos. Sistemas de classificação e do conhecimento na filosofia e na Biblioteconomia: uma visão histórico-conceitual crítica com enfoque nos conceitos de classe, de categoria e de faceta. 2008. 289 p. Tese (Doutoramento) - Curso de Ciência da Informação, Departamento de Biblioteconomia e Documentação, Escola de Comunicações e Artes, São Paulo, 2008. Cap. 4.2.

BARBOSA, Alice Príncipe. Classificação Decimal de Dewey. In: BARBOSA, Alice Príncipe. Teoria e pratica dos Sistemas de Classificação Bibliográfica. Rio de Janeiro: IBBD, 1969. p. 199-388.

CUNHA, Murilo Bastos da; CAVALCANTI, Cordélia Robalinho de Oliveira. Dicionario de biblioteconomia e arquivologia. Brasilia: Briquet de Lemos, 2008. 451 p.

PIEDADE, Maria Antonieta Requião. Introdução a Teoria da Classificação. Rio de Janeiro: Interciencia, 1977. 185 p.

SMIT, Johanna. O que é Documentação. 2ª ed. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1987. 83 p.