3 livros sabios

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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Lecture Dans Un Grenier.

Antes que me chamem pervertido, saibam que este foi um exercício de interpretação sobre os gestos da Leitura ao longo do tempo (Através de imagens) Proposto pela Professora de História da Leitura (Que eu parcialmente assistí como Ouvinte) e eu fíz de uma imagem apenas, num total de três pra poder exercitar algo que devia ter aprendido em Documentação Audiovisual e que "oh meu Deus" Não aprendi.


Pierre Pelot - Lecture dans un grenier

Sobre a falsa transparência da Imagem. Descodificar não é ler. Reconhecer e perceber as tensões internas e externas das linguagens é um principio para a leitura, e o primórdio da interpretação. Partamos daqui, descodificar esta imagem produzida não é interpreta-la, nem lê-la, visto que a simultaneidade sígnica das imagens nos aflige por sua experiência de totalidade,por nossa resuma abstrativa em detrimento de contratos de realidade, e porque ainda cremos ingenuamente que a imagem é expressiva e fiel, mesmo quando é fabricada.

A imagem nos apresenta uma outra espécie de argumento,  um que nos parece menos  seguro, que não se constitui de  sucessivas  no tempo, que não tem seus sentidos multiplicados em série;  possui outras ressalvas temporais,  mobilizando outros  mundos  e outras formas de leitura. Usualmente a imagem é toda polissemia, falsa transparência, um engodo aos sentidos, aparenta simplicidade se camuflando em cavernosas e complexas confrarias de sentidos.

Analise da Imagem.

Alias, a imagem é essa aqui 


Retirada e melhor Vista aqui - Lectures Dans Un Greniere - Deem uma olhada na Pagina original da imagem, lá vc encontrará centenas de imagens de mulheres lendo.

                                                                .........................

A explicação do que se vê. – o parece-nos evidente? Sem as atribuições e imputações da interpretação, a analise de uma imagem pelo que se vê parece muito simples, seguindo o caminho da redução e topicação.

 Quem? – Uma moça ruiva
 Como – Pelada lendo
 O que? – Lendo um livro fumando e bebendo
 Onde? – Muito Provavelmente em um celeiro
 Quando? – Não é possível saber.

Aplicando um pouco de interpretação, inserindo percepções e analisando contextos, temos aqui uma jovem ruiva, nua em pelos que lê calmamente em companhia duma garrafa de bebida provavelmente alcoólica, sentada sobre uma espécie de estopa laranja, sem nenhuma uma pilha de roupas à mostra, além de seus grandes óculos (postos a cabeça, logo acima duma faixa ao estilo motoqueira) indicando uma mobilização prévia para a ação, bem como a presença de louça (não nos deparamos com uma invasão) provavelmente este é o celeiro da Moça ou de um parente, talvez um espaço usual, um espaço de hábito.

Aplicando um pouco de Imaginação interpretativa - Uma jovem de madeixas muito rubras em expendida nudez libertadora (sem intenções sexuais) significa um grupo de ações que reivindicam para a cena uma emancipação libertadora; a nudez, o vício, a leitura e o autocontrole são postos em cena, emoldurados por um cenário peculiar, segundo o nome da tela, “um celeiro”, que teima um segundo plano para si! Um celeiro que admite aprovação para apenas uma pequena parte da explosão ofuscante de luz do exterior, não há arvores, nuvens, cenários, apenas luz que se introjeta no ambiente clarificando a visibilidade da situação, não há luz de dentro, só a que vem de fora! Não há uma lâmpada candeeiro ou fonte paliativa de luminosidade (esse tempo é um recuo em direção a desmodernização do tempo). As sombras e o que parece ser a ponta duma escada muito esticada indiciam a altura do espaço. Os objetos em cena configuram-se como que pensados previamente para ali estar, não foram trazidos todos ao mesmo tempo (a escada), a leitora os tinha em mente, talvez estejamos diante de um habito! Um ato cerimonial de libertação? Se bem que os seus grandes óculos e faixa remontam para uma exterioridade não parece se encaixar com o rural a sua volta, teríamos aqui uma leitora voltando a suas origens? (Só adentraríamos mais a especulação) Uma moça que retorna ao ambiente rural em busca duma liberdade que só é possível remontando as suas raízes, que se manifesta na tensão em vicio e virtude? Entre perpetrar e fazer a revelia?




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