Ano passado durante à greve, alguns cartazes surgiram .....
Se espera todo tipo de coisa nos cartazes, xingamentos, palavras de ordem, sátiras, cartuns, desenhos horríveis, Qualquer coisa Naïf, sobreposições, mensagens claras, subjetivas.... há todo o poderoso recurso das formas de comunicação popular, surgem até mesmo as poesias.
Coletei alguns versos que apareceram em cartazes. Não me dei ao trabalho de descobrir sua autoria. Anotados numas folhinhas soltas encontrei-os quase um ano depois.
Resolvi espargir, estão ai tal como os li, naquela época despencavam de Krafts marrons vindos do segundo andar.
O Eu Oblíquo
Ser
não importa
Para
esse baile
O
que ele quer é a simulação de mim
Que
não é mim
É
qualquer outra coisa, camaleonesca,
Pseudonimíca
É
o preço do baile
Mascarar-se
De
caso reto
Mim
é um estranho em mim
Um
fugitivo do olho
Alheio.....
Mim?
Um
clandestino.
................................
Tudo que é sempre passa
E
fica a busca eterna de algo que preencha
Preencha
as vidraças rompidas
Nossas
reprimidas escolhas
De
nossos sensíveis cadáveres
Só
quero escorrer num papel
O
peso que lento submete
Tempos
gastos em sonho
É
isso, escrever
É
um ato de caridade
De
algo vivo, que vive somente dessa vida lixo
Meu
destino escrito na faixa
É
inócua beleza nessa vida
De
teus olhos que não me veem.
Para
uma miserável matéria
Que
ainda sonha e sente nervosa
Consequência
dessa vida triste.
Nenhum comentário:
Postar um comentário