3 livros sabios

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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Poesias Espargidas da Ultima Greve



Ano passado durante à greve, alguns cartazes surgiram .....




Se espera todo tipo de coisa nos cartazes, xingamentos, palavras de ordem, sátiras, cartuns, desenhos horríveis, Qualquer coisa Naïf, sobreposições, mensagens claras, subjetivas.... há todo o poderoso recurso das formas de comunicação popular, surgem até mesmo as poesias.

Coletei alguns versos que apareceram em cartazes. Não me dei ao trabalho de descobrir sua autoria. Anotados numas folhinhas soltas encontrei-os quase um ano depois.

Resolvi espargir, estão ai tal como os li, naquela época despencavam de Krafts marrons vindos do segundo andar.


O Eu Oblíquo 

Ser não importa
Para esse baile
O que ele quer é a simulação de mim
Que não é mim
É qualquer outra coisa, camaleonesca,
Pseudonimíca
É o preço do baile
Mascarar-se
De caso reto
Mim é um estranho em mim
Um fugitivo do olho
Alheio.....
Mim?
Um clandestino.

................................

Tudo que é sempre passa

E fica a busca eterna de algo que preencha
Preencha as vidraças rompidas
Nossas reprimidas escolhas
De nossos sensíveis cadáveres
Só quero escorrer num papel
O peso que lento submete
Tempos gastos em sonho
É isso, escrever

É um ato de caridade
De algo vivo, que vive somente dessa vida lixo
Meu destino escrito na faixa
É inócua beleza nessa vida
De teus olhos que não me veem.

Para uma miserável matéria
Que ainda sonha e sente nervosa
Consequência dessa vida triste.

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